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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Antonio Nobre (1867-1900)

Robert Lynden


Natal d'um PoetaEm certo reino, á esquina do planeta, 
Onde nasceram meus Avós, meus Paes, 
Ha quatro lustres, viu a luz um poeta 
Que melhor fôra não a ver jamais. 

Mal despontava para a vida inquieta, 
Logo ao nascer, mataram-lhe os ideaes, 
A falsa-fé, n'uma traição abjecta, 
Como os bandidos nas estradas reaes! 

E, embora eu seja descendente, um ramo 
D'essa arvore de Heroes que, entre perigos 
E guerras, se esforçaram pelo ideal: 

Nada me importas, Paiz! seja meu amo 
O Carlos ou o Zé da Th'reza... Amigos, 
Que desgraça nascer em Portugal! 

António Nobre, in 'Só'


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