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segunda-feira, 27 de abril de 2015

SIMONE 34



Amanheci com a luz do sol batendo no meu rosto, 
vindo de uma fresta da janela mal fechada. 
Irritada com aquele feixe utilizei a pior visão do fato: 
“que não se fechou corretamente a janela”. 
Passada a irritação, 
me vi admirando a energia dourada 
daquela pequena quantidade de luz 
que insistentemente invadia aquele espaço escuro. 
Não é a janela que está “mal fechada”, 
são os olhos da alma que se fecharam pra luminosidade da vida. 
Abro dos olhos, sinto o calor da luz, 
revejo a fresta, recolho a irritação. 
Afinal o que havia era uma janela um pouco aberta, 
e uma insistente vontade da vida de iluminar 
e aquecer a alma e a certeza de que, 
vez em quando, precisamos mudar o nosso olhar.

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